A capacidade de resistir às adversidade e de se concentrar mais nas resoluções do que nos problemas é essencial para encarar o ambiente profissional do século XXI
Se você faz parte do time dos pessimistas, atenção: possivelmente seu estilo emocional seja pouco resiliente, ou seja, você tem dificuldade para se recuperar das adversidades. Imagine a seguinte situação: o deadline de um projeto se aproxima e você quer realizar uma ótima entrega. Os pessimistas tendem a focar no que consideram as falhas do processo: será que vou conseguir entregar um trabalho que esteja à altura do que gostaria? Será que não deveria ter pesquisado mais?
Quem tem pouca resiliência tem dificuldade de se livrar de sentimentos negativos e só enxerga o lado mais cinza das coisas. Já os otimistas, além de se recuperarem mais rápido após reserves e outros tipos de aborrecimentos, têm a capacidade de manter as emoções positivas por mais tempo. São mais perseverantes e tendem a buscar o sucesso mesmo que algo não dê certo ao longo do caminho.
O bom é que a resiliência é como um músculo: quanto mais a gente exercita, mais forte fica. E apesar de ser uma competência assimilada durante o processo de educação familiar, ela pode ser desenvolvida em qualquer estágio da vida. O termo resiliência foi emprestado da engenharia e da física há quase 50 anos e refere-se a habilidade de recuperação após situações estressantes, crises ou períodos de muita pressão: a troca de um gestor, um projeto que não deu certo ou uma puxada de tapete são situações que testam nossos limites.
Quanto mais aprendemos com as situações que causam estresse, mais conseguimos nos preparar para enfrentá-las de forma otimista. Consequentemente, as emoções negativas tendem a desaparecer – no médio prazo, isso resulta em mais autoconfiança, e um novo padrão de comportamento será consolidado. Reflita: quais são as situações do dia a dia que o tiram do sério? Como você lida com fracassos? Alguns aspectos que você deve desenvolver para se tornar mais resiliente:
- Autoeficácia É acreditar na própria capacidade de executar ações para produzir resultados desejados. A autoeficácia transforma-se em "combustível" para a solução de problemas.
- Competência social É a capacidade de buscar apoio externo em momentos de estresse. Engloba tanto a abertura para receber apoio quanto a busca proativa de ajuda.
- Empatia Significa colocar-se no lugar do outro para compreendê-lo. Ao ler um livro ou assistir a um filme, observe a psicologia dos personagens e o contexto.
- Flexibilidade O pessimismo faz com que o indivíduo de baixa resiliência insista em atitudes pouco efetivas. Já o resiliente, em oposição, é flexível. Pensa em opções, age e, se a ação não é efetiva, escolhe outra opção e persiste.
- Tenacidade Trata-se da capacidade de aguentar situações incômodas ou adversas. Indivíduos com baixa tenacidade desistem facilmente. A prática esportiva ajuda a desenvolver essa habilidade, pois aprimora a disciplina e expõe os limites do corpo.
- Solução de problemas É a capacidade de diagnosticar problemas, planejar soluções e agir, sem perder o controle das emoções.
- Produtividade Refere-se à propensão a agir e à busca de soluções novas. Reativos tendem a esperar pelos impactos de adversidades; proativos tomam iniciativas.
- Temperança Significa ter maior capacidade de regular emoções, mantendo a serenidade em situações difíceis.
Fontes: Revista Vida Simples (Editora Abril, novembro de 2013), Exame